Nóis sabe português - Nóis sabe português - NSP-T02P08 - Entrevista com a professora Juliana Wasser – NSP-T02P08

Nesse programa, Nós sabe português, Juliana Wasser, professora especialista em Língua Portuguesa e Língua Inglesa, fala sobre a importância da leitura, com algumas estratégias para que os alunos descubram o prazer de ler.

Nesse programa, Nós sabe português, Juliana Wasser, professora especialista em Língua Portuguesa e Língua Inglesa, fala sobre a importância da leitura, com algumas estratégias para que os alunos descubram o prazer de ler. Juliana enfatiza a ideia de que não há como dissociar a escrita da leitura. Um bom escritor precisa ser um bom leitor. O bom leitor para ela é aquele que lê com prazer, que vê sentido na leitura. Ler muitos livros é o sonho de quem gosta de ler, mas, de acordo com a professora Juliana, nem sempre isso acontece, por várias razões. No caso dela, de repente, no meio de uma leitura, se vê em outro universo, preocupada com outras questões que precisam ser resolvidas. A escola, nas atividades de leitura, precisa levar em consideração essas questões. O aluno nem sempre consegue ficar muito tempo concentrado em uma leitura. Dinâmicas que possibilitem intercalar a leitura com outra atividade, como uma roda de conversas, pode estimular o aluno que apresente esta dificuldade. O livro que marcou Juliana na infância foi Fugindo de casa, de Suzana Dias-beck. O livro a fez recordar de uma tia, que visitava aos finais de semana. A escola em que ela estudava incentiva a criança a pegar livros na biblioteca e levar para casa, para ler com a família. Ela acredita que esta seja outra dinâmica que o professor pode adotar. A participação da família ajuda a despertar o gosto pela leitura. Por falar em incentivo, uma das atividades desenvolvidas por Juliana Wasser, em uma sala de quinto ano, foi espalhar livros pelo chão, com os mais variados temas, e deixar a criança escolher. Para despertar mais ainda o interesse, o professor pode comentar alguns, falar sobre os autores, ler um capítulo, para despertar a curiosidade. Outra dinâmica trabalhada por ela foi desafiar as crianças para que encontrassem palavras desconhecidas no livro que estavam lendo. Pedir para que discutissem entre eles o significado das palavra, dentro do contexto da história, foi muito prazeroso para elas. Após o debate, ela apresentou o significado real da palavra, do dicionário. Entender o significado do contexto e o real foi uma maneira muito dinâmica e interessante de se trabalhar o vocabulário. No entanto, diz Juliana, o professor despertará o gosto pela leitura, apresentará projetos que envolvam os livros e a leitura, de forma significativa, quando ele também for leitor. O professor que lê entenderá, por exemplo, a necessidade de adaptar projetos literários que estejam no currículo para a realidade do aluno. Juliana deixa para nossos telespectadores outras dicas maravilhosas, que podem contribuir para a formação de leitores. – Fazer cabana na sala de aula, como ela já fez, e ler com os alunos, dentro da cabana. O professor pode iniciar a leitura e pedir para que cada aluno leia um trecho. Solicitar que falem sobre a história. O que aprenderam com ela. Se é real ou fictícia etc. E esta atividade, com as devias adaptações, pode ser desenvolvida com adolescentes também. – Ler para o aluno durante 5, 10 minutos por dia. – Parar a leitura em uma parte que desperte o interesse para saber o que aconteceu. – Facilitar o acesso dos alunos à biblioteca da escola. – Fazer trocas de livros nas escolas. – Ensinar o aluno a tratar com carinho o livro, para que ele possa ser lido por outras pessoas. – Baratear o custo dos livros. – Levar pais e avós para lerem, na escola, livros que eles leram quando eram crianças. – Levar autores para as escolas, para desmistificar a ideia de que escrever é um dom que poucos têm. – Feiras literárias mensais, para unir a comunidade. Criatividade não falta, diz Juliana Wasser. Mas falta a vontade. Não entenda, estas palavras como crítica. Sabemos que são inúmeros os professores que criam, que fazem a diferença, mas, às vezes, a estrutura hierárquica dificulta a prática destes projetos. Entendemos que o sonho do professor é ver seu aluno aprendendo para a vida. Por fim, nossa convidada tão querida falou sobre a leitura dos livros obrigatórios, pois entende que existem muitas maneiras destes livros serem apresentados aos alunos. Ela é contrária à leitura somente de adaptações. A releitura pode ser feita pelos próprios alunos, com apresentação de peças teatrais. Quando o aluno lê um livro de Machado de Assis, por exemplo, ele tem de entender o contexto da época em que o livro foi escrito para que a história faça sentido para ele. Transportar aquele tempo para os dias atuais e discutir se os problemas daquela época ainda existem nos tempos atuais fará com que a leitura tenha sentido. Depois de entendidas as mudanças ocorridas com o passar dos anos, e que o aluno já tenha conhecimento sobre o autor, pedir para que ele se coloque no lugar dele e perguntar se escreveria a história, sem mudanças, provocará muitas reflexões, que exigirão posicionamentos. O aluno aprenderá a argumentar, para defender pontos de vista. Isto chama-se aprendizagem significativa.

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O "Nóis Sabe Português" da TV Humana, criado por Cida e Sergio Simka, simplifica o aprendizado da Língua Portuguesa com um método divertido e informativo. Cida, licenciada em Letras e autora, e Sergio, com pós-doutorado em Língua Portuguesa, combinam dicas de gramática e produção textual com entrevistas e segmentos humorísticos. Eles promovem a leitura e a escrita, essenciais para a comunicação eficaz, tornando o programa ideal para quem quer aprimorar suas habilidades no idioma e aspira à escrita.

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